terça-feira, 23 de agosto de 2011

...

Quem me dera viver sempre uma lembrança esquecida,
poder ver tudo com olhos estrangeiros de quem pela primeira vez vê
e não deixa um detalhe passar.
Talvez assim, sem esses olhos acostumados com o costume,
a indecisão não me achasse na rotina,
no mapa dos meus dias, então já borrados com o esquecimento.
Então o que a memória esquecesse, os sentidos lembrariam.
Como um delicado deja-vu as gotas da chuva na pele, os pés na calçada,
o pa-pa-pa do andar apressado e a pressão da sua mão na minha.
Eu lembraria, e tão logo esqueceria.

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