Se impressionava cada vez mais com o tanto de coisas que ela achava por trás de olhares desconhecidos, e com o fato de muitas vezes ninguém mais ver. Eram coisas tão óbvias: risos com olhos vagos, sorrisos com olhares desfocados e as vezes apenas olhares pensativos. Imaginava se as pessoas simplesmente não percebiam as verdades estampadas nos rostos umas das outras ou se era apenas mais fácil ignorar.
E ela seguia com a confiança questionável, fazendo dos olhares sua especialização. Alguns ela guardava somente pra ela, como uma tentativa de acreditar que cada verdade não pronunciada era notada por alguém no mundo, mesmo que você não tivesse consciência disso, outros ela simplesmente tentava consertar. Mas com o tempo ela aprenderia que sorrisos mentirosos não podiam ser obrigados a mostrar verdades, e que alguns olhares continuariam vagos, sem ninguém notar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário