quarta-feira, 25 de maio de 2011

Verdadeiras mentiras

Poderia me dar o prêmio de mentirosa do ano. Já tinha mesmo 15 deles guardados dentro da minha alma. De mim, pra mim, eles era o símbolo de que as vezes, pra sobreviver, as mentiras são mais que necessárias. Muitas vezes nem só para a própria sobrevivência, mas para a dos que te cercam.
Apesar da imensa coleção de mentiras, as minhas verdades eram mais conhecidas. A arma de um bom mentiroso sempre foi saber quando mentir. Se mentir sobre tudo, fama de mentiroso, se nunca mentir, fama de ingênuo. Algo me dizia que as minhas verdades, ditas em alto e bom som na cara de quem estivesse aberto para ouvir, mascaravam as minhas mentiras. Mas elas continuavam lá, fossem vistas só por mim ou por todos.
Mas tinha um tipo de mentira que era diferente, privilegiada. As minhas mentiras, as quais eu vestia, interpretava, vivia. Eram uma teia de aranha que me sustentava e prendia todos que se aproximassem demais. Mentiras escritas, ditas ou apenas pensadas. Eram falas de um outro personagem, ditas pela minha boca. Mentiras que todos tomavam como verdade. Como ser a mentirosa do ano, mentira. Apenas uma garota, perdida demais, pra saber como adquirir verdades sem mentiras.


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